terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Desilusão


 E uma desilusão. Mas desilusão de quê? se, sem ao menos sentir, eu mal devia estar tolerando minha organização apenas construída? Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer assim: ele está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.
clarice lispector

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Procura-se

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.

P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.
Clarice Lispector

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

LADO B DO JORNALISTA


"Eu tô tirando essa onda, só espero que ninguém se queixe
jornal ou revista, o destino é limpar bunda ou enrolar peixe."

A turma passa anos e anos estudando numa faculdade
pra ser um jornalista daquele que dá notícia, fala mal ou bem
eu sou um cara punk, sou escroto e, por isso, tomei liberdade
de fazer uma música que eu pudesse falar de vocês também

o jornalista tem uma vida babada, é muita fechação
nos bastidores da mídia, é vida louca, rola groove e rola pegação
e a putaria começa quando a turma se reune e sai pra beber
a turma fuma um charubeck pra tirar o stress e espairecer

eu tô tirando essa onda porque eu gosto dessa raça
de homens e mulheres e gays e muitos que adoram a massa
eu tô tirando essa onda, só espero que ninguém se queixe
jornal ou revista, o destino é limpar bunda ou enrolar peixe

Pega essa bitoca!

SOU JORNALISTA. ESTUDIOSA DA MÚSICA PERIFÉRICA. CURIOSA SOBRE O QUE ACONTECE NA ESFERA MUSICAL DO MEU ESTADO.  RESOLVI HOJE PESQUISAR SOBRE A FIGURA "JOÃO DO MORRO". ACABEI ENCONTRANDO ESSA AMIGÁVEL MÚSICA SOBRE O LADO B DE UM JORNALISTA. ESSA POÉTICA COMPOSIÇÃO, EM PARTES, REVELA UMA VERDADE, QUE NÃO NECESSARIAMENTE CORRESPONDE A MINHA. AINDA BEM QUE VOCÊ GOSTA DESSA RAÇA! VOU FICAR POR AQUI CURTINDO ESSA BELA TRILHA SONORA E ELABORANDO UM PROJETO PARA MEU NOVO ESTUDO.




sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A melhor coisa do meu dia...

A MELHOR COISA QUE ME ACONTECEU HOJE FOI TER ESCUTADO ALGUÉM DIZER QUE ME AMA. MEU IRMÃO EU TAMBÉM TE AMO MUITO!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Matemática do Amor

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

clarice lispector


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu e minha solidão

...Que minha solidão me sirva de companhia

que eu tenha a coragem de me enfrentar.

que eu saiba ficar com o nada

e mesmo assim me sentir

como se estivesse plena de tudo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Eu quero o sentir comigo...

Adoro pessoas que participam de minha vida, do que me acontece... E o participar não é apenas ouvir-me, compreender-me... Eu não quero isso. Quero mais. O que eu desejo é o envolvimento, a emoção, o sentir comigo!


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Adoro...

Eu adoro quando me chamam de metida, marrenta, convencida, insuportável, chata ou encrenqueira!!! O mais curioso disso tudo é mesmo com todos esses defeitos tem gente a minha volta que me ama...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"A perda me odiava. Só assim se explicaria que me magoasse tanto."

Recife, 02 de novembro de 2010.



Foi no dia dos mortos que dois vivos se encontraram. Desse encontro nasceu o amor... Cinco anos depois no mesmo feriado ele morreu, e uma parte de mim também se foi com ele. Neste dia vesti preto. Poderia ser em respeito a representação do feriado ou pelo luto que meu coração carregava, mas o pretinho indefectível me deixa muito mais bonita.

Achei que não iria chorar ao escrever esse episódio, mas as lágrimas foram inevitáveis. Nada é tão perturbador... meu desconforto é de outra ordem.

Há um tempo atrás achava que andava no caminho correto, mas dobrara a esquina errada em algum lugar, onde as coisas ainda pareciam minha vida. Algumas vezes, simplesmente não conseguia acreditar naquilo. Aquela sensação doentia de que alguma coisa estava errada voltou a me perseguir. Ela me invadia tomava conta de mim como uma força física. Batia em mim, tirando-me a vida. Era selvagem.

A perda me odiava. Só assim se explicaria que me magoasse tanto.

Quantas vezes escutei a mesma frase: “- Você tem que se amar. Você deve vim em primeiro lugar.” Mas acho que o outro importava mais para mim do que o meu amor-próprio. O amor-próprio não mantém você aquecida à noite, nem escuta você no fim de cada dia e nem lhe diz que adora fazer sexo com você.

A vida seja lá como for, segue em frente. Sempre fui imensamente grata as pessoas que me amam. Mas, simplesmente, não existia substituto para a perda de um homem que era o companheiro da minha alma, meu melhor amigo, meu amante, a única coisa em que eu confiava em mundo nada confiável.

As noites de sono foram restauradas . A dor da perda que sentia era grande demais para me deixar dormir. Qualquer coisa para deter aquele sentimento. Sentia-me insuportavelmente solitária.

Sempre tive a necessidade de sentir a raiz firme das coisas. Eu apaziguei tanto a vida, cuidei para que ela não explodisse. Me mantive sempre em serena compreensão e terminei expulsa dos meus próprios dias. O mundo se tornara de novo um mal estar.

Já não acordo mais num sobressalto, fitando a escuridão e preocupando-se com tudo, desde “Será que vou me tornar desnecessária?” a “Será que algum dia encontrarei alguém que realmente me ame?”. Não se preocupe quanto a última indagação, já encontrei.

Essa sensação de perda só não me dói mais porque sei que não sofri só. Porque a lembrança não foi só minha. Porque a amargura do momento não estava apenas na minha memória. Foi recíproco. Cada um sentindo a sua maneira, tentando esquecer ao seu modo.

É nesse ciclo que a vida segue. Aqui jaz um amor para que outro venha nascer. E decidir-se por viver um novo amor parece ser uma experiência tão desafiante... mas, eu adoro desafios. A maturidade nos dá certeza sobre aquilo que buscamos.

Penéllope Aquino

Kd Meu anjo...