domingo, 10 de abril de 2011

Sou como você me vê

Não sei muita coisa...

Não sei muita coisa sobre mim porque raríssimas coisas que me dizem respeito permanecem inalteradas. Quando acho que sei, eu congelo, e me torno rígida, e resisto à fluição, e atrapalho o fluxo do mar da vida, e quase morro pelo esforço inútil de tentar amarrar as ondas. É quando menos sei que mais evaporo e me transformo em nuvens de ricas possibilidades, que, depois, viram a chuva capaz de fertilizar sementes de mudança nas terras áridas da minha ilusória estagnação.

Quando acho que sei, já mudei, mas ainda não sei. Quando acho que sei, já mudei, mas demoro a perceber. Fico lá, agarrada ao que já não é, chorando ou me encantando a partir de emoções que só fazem sentido para o que, na maioria das vezes, já deixei de ser. É quando menos sei que eu sinto mais. É quando menos sei que eu sei mais. É quando menos sei que eu sou com mais liberdade.

Não sei muita coisa sobre mim e já nem faço tanta questão assim de saber. O que realmente quero é criar espaço para viver a percepção nítida e inédita da beleza disponível de cada instante. Isso, sim, até onde eu pouco sei, é presente. E, quando estou alinhada com o tempo do meu coração, eu sei que é apenas isso, e tudo isso, o que há para ser desembrulhado. Para ser plenamente vivido. Nada mais.
Ana Jácomo


sábado, 9 de abril de 2011

Rã, Rã, Rã... Sapo, Perereca e Rã....


“O casamento está ruim quando você está engolindo sapo ao invés de comer a perereca.”

Há um tempo pro tempo?

Há um tempo em que é preciso

Abandonar as roupas usadas …

Que já têm a forma do nosso corpo …

E esquecer os nossos caminhos

Que nos levam sempre aos mesmos lugares …

É o tempo da travessia …

E se não ousarmos fazê-la …

Teremos ficado … para sempre …

À margem de nós mesmos…
Fernando Pessoa

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu já...

Exercícios para cérebros enferrujados

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lteras etejasm no lgaur crteo..

O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.


Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.


35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

VAZIO EXISTENCIAL

O que está acontecendo nos nossos relacionamentos? O nosso problema está no fato da nossa vida ser vazia e de não conhecermos o amor; conhecemos sensações, conhecemos exigências sexuais, mas não há amor! E como se faz para transformar esse vazio, como encontrar essa chama sem fumaça? Esta é, por certo, a pergunta, não é?

Krishnamurti

OS ÚLTIMOS DIAS TÊM SIDO PRA MIM DE UM VERDADEIRO VAZIO EXISTENCIAL. AS HORAS PARECEM NÃO PASSAR E ALIMENTAM A ANGUSTIA QUE CARREGO EM MEU PEITO. REFLETIR É O QUE FAÇO ENTRE CHORAR E TRABALHAR, OU FAZER OS DOIS AO MESMO TEMPO. RESOLVI PROCURAR ENTENDER O QUE É ESSE TAL DE VAZIO EXISTENCIAL TÃO COMENTADO. ACHEI UM TEXTO MUITO BOM, POSTADO POR EL MORYA LUZ DA CONSCIÊNCIA, QUE TRATA DO ASSUNTO E COMBINA COM O MOMENTO QUE ESTOU VIVENDO. LEIA...


O ser humano busca o equilíbrio entre aquilo que é “seu ideal de relacionamento” e aquilo que é “possível conseguir”. O problema é que temos como referência sempre o nosso ideal e acabamos nos lamentando, nos magoando diante daquilo que conseguimos, e não enfrentamos as situações reais e concretas.

Assim, todas as nossas ações estão nos levando ao auto-isolamento que cria uma sensação de vazio, um sentimento frustrante. Vazios, procuramos nos preencher com internet, televisão, com tagarelices, com a leitura, com a aquisição de conhecimento, com a respeitabilidade, com dinheiro, com posição social e por aí afora. Mas tudo isso é parte do processo de isolamento e, portanto, o reforça.

Costumamos dizer que o problema está “na família”, que hoje as pessoas não valorizam esta instituição. Pode acontecer que “a família” ou “a falta dela” desencadeie alguns problemas em pessoas muito sensíveis, mas “o coração do problema está em cada um de nós, individualmente, que juntos, constituímos essa família”. Sabemos muito bem que a nossa existência tem pouco significado sem um propósito superior, sem um relacionamento edificante, sem compartilhar nossos ideais, sem caminhar pela vida com a certeza que iremos chegar ao fim dela já velhinhos, cercados de pessoas queridas ao nosso lado.

Vivemos a repetir frases e pensamentos de líderes religiosos, políticos ou intelectuais, como Cristo, Mário Quintana ou Nelson Mandela, mas como diz Krishnamurti, “somos apenas fitas gravadas que repetem, e damos a essa repetição o nome de conhecimento”. Aprendemos e repetimos, mas a nossa vida continua superficial e vazia.
...

Como sair dessa solidão, desse vazio, dessa insuficiência, dessa pobreza interior?

Conhecemos esse vazio, esse sentimento de frustração porque existe em nós “superficialidade”, e só podemos compreender isso quando a abordamos por meio da “consciência dentro dos relacionamentos”. Na prática isso significa buscar primeiro um profundo autoconhecimento e, depois, procurar conhecer o outro. Isso, poucos desejam fazer, dá muito trabalho! A maioria fica satisfeita consigo mesmo, como se comporta; não procura ajuda para descobrir algo que possa melhorar a qualidade dos relacionamentos e prefere permanecer do mesmo jeito e nisso reside a verdadeira dificuldade...

Ou fazemos pior: "nas nossas fases de grande vazio existencial" vamos atrás de amores descartáveis e acabamos escolhendo qualquer relação, principalmente a que trouxer prazer imediato. Assim, para a maioria, a vida é um processo de isolamento, de resistência, de ajustamento a um padrão; e, naturalmente, nesse processo não há vida, existe só a sensação de vazio, de frustração.

Amar alguém é estar em comunhão com essa pessoa. E comunhão não significa perder a identidade, ao contrário, significa “estar unidos em essência, apesar das diferenças”, compartilhar a essência e compreender as diferenças, pois são exatamente elas que acabam com a nossa temida rotina. Porém, nós não conhecemos esse amor verdadeiro e buscamos algo novo, que nos satisfaça, que nos livre da solidão e do vazio. Uma nova segurança, uma nova maneira de nos relacionarmos, outra maneira de vivermos, o que é mais um processo de isolamento, ou melhor, acabamos encontrando, “a mesma coisa numa outra forma”.

Vazio existencial é vazio espiritual; é vazio na vida; é falta de bem viver e em se adaptar. Para sair dessa condição, o ser humano precisa ir além de um simples desejo de mudança; é preciso compreender o outro e para compreender alguma coisa, precisamos primeiro “amar aquilo que desejamos compreender”. Se quisermos compreender o outro, precisamos, antes de tudo, entrar em “comunhão” com ele; observá-lo, olhar para ele, contemplá-lo e estudá-lo. Sem pressa, sem ansiedade, porque o amor entre almas é tão intenso, tão sentido por nós, que ninguém, nem mesmo o tempo, consegue apagar de nossas vidas.

O TEXTO DISPENSA PALAVRAS. EU SEI O QUE TENHO QUE FAZER. SEI O QUE FAZER PARA NÃO SENTIR ESSE VAZIO. MAS, CADÊ A CORAGEM?

domingo, 3 de abril de 2011